A TRISTEZA DO JAPÃO

A charge de Jean mostra a bandeira do Japão: círculo vermelho em fundo branco, e sobre o círculo, do lado direito, uma lágrima.  

(Charge de Jean, publicada na Folha de São Paulo de 13/03/11)

A charge de Jean mostra a bandeira do Japão: círculo vermelho em fundo branco, e sobre o círculo, do lado direito, uma lágrima.

Poucas palavras traduzem a imagem tão pungente da dor japonesa. Sem uma legenda com a descrição, as pessoas com deficiência visual ficam sem acesso à charge, à forma sensível como o quadrinista Jean abordou a tragédia japonesa.  
Hoje, com as versões digitais do jornais, as pessoas com deficiência visual usuárias de leitores de tela, que transformam texto em áudio, podem ter acesso a todo o conteúdo do jornal no computador, com independência e autonomia. Um formidável avanço, uma ferramenta poderosa de inclusão!
Entretanto se legendas com a descrição das imagens, fotos, charges, infográficos e outros, que ilustram as matérias,  e que são parte integrante das publicações, não forem inseridas ao texto, o leitor de tela não fará sozinho a leitura da imagem, o que, sem dúvida, impede o pleno acesso ao conteúdo textual e imagético. Incluir descrição textual em imagens/charges é rápido, simples e não tem custos adicionais. Basta solicitar ao programador que, no momento da criação da página, relacione as figuras aos respectivos textos descritivos. Ele certamente sabe como fazer isso, e não gastará mais do que 30 segundos para cada figura.
 
As imagens ilustram, provocam reflexões, despertam emoções, revoltam, estimulam, motivam, promovem a curiosidade e completam o entendimento do texto. Por que negar o acesso às informações contidas nelas?
Jornalistas, articulistas, ilustradores, comunicadores em geral, que tal refletir sobre a necessidade de traduzir imagens em palavras?
 

 Por Lívia Motta (publicado em 16/03/2011) Colaboração de Laercio Santana.

11 Comentários para A TRISTEZA DO JAPÃO

  1. Just two months ago I gave birth to the greatest baby ever .I am very thankful to have her in my life and that she is healthy. My husband and Idon’t have much money but that is not what life is about. Its about ourselves,friends,and family . It’s about the time we spend with each other and the way we treat others. So I’m thankful for my friends ,,family,and life.

  2. The jewel tones(?) of your maxi dress are beautiful! How I envy your "eye" to re-purpose the "horrid fleece" into such a useful & gorgeous item…I really like that blue dress in the previous post, too. Too bad for HER! Great for YOU!

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    Good points all around. Truly aperceiatpd.

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    Lívia
    Quando você fala do recurso do leitor de tela como recurso para a pessoa com deficiência, mas que falta a descrição das imagens, e aí que entra a preparação de audiodescritores em vários segmentos, pois vivemos imersos num mundo com mais imagens que escrita.
    Achei a descrição da bandeira muito bacana, passou emoção tanto quanto ver a imagem.
    Magally Ferraz

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      Sim, Magally, ainda são poucos os sites que têm acessibilidade para pessoas com deficiência visual com descrição de imagens. E como vc pôde ler no post, é tão simples fazer isso e os resultados são tão surpreendentes pois as páginas poderão ser lidas e compreendidas em toda a sua dimensão por muitos. Abraços inclusivos.

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    Oi, Lívia!

    Parabéns pelo site, está incrível!
    Admiro sua luta pela acessibilidade por meio da audiodescrição. Vejo aqui o que vi, como sua aluna, no III Curso de Audiodescrição da Laramara: muita dedicação, seriedade, comprometimento, profissionalismo, qualidade.
    Um beijo!

    Lucia

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      Cara Lúcia,
      Obrigada por suas palavras! Vc e o Marcelo foram alunos aplicados e certamente multiplicarão os conhecimentos aprendidos.
      Beijo grande.

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    Olá pessoal seguidores de Livia Motta.
    Li seu texto apresentando o blog e confesso que me emocionei. Então imaginem o que sinto em vê-la se colocando diante daquilo que não condiz com a inclusão dos deficientes visuais, não é mesmo?
    Parabéns pelo blog, espero que seja mais uma ferramenta de acessibilidade para os deficientes visuais, como aliás, é o que já vem demonstrando quando fala sobre a imagem acima.
    Como bem disse o Ricardo de Melo, as pessoas sabem que as ferramentas existem, mas não sabem pra que servem e, como você mesma coloca, usar esse recurso, não custa nada em termos financeiros e só gasta um pouco do tempo dele, nada mais. O Ricardo que é o mantenedor do site Movimento Livre, faz isso com maestria e olha que ele é baixa visão, hein?
    Mais uma vez parabéns pela iniciativa e mais do que isso, muito obrigada por fazer o que faz, eu, Irene de Barros Pereira, baixa visão, agradeço por tornar meus momentos de lazer mais prazerosos e meus momentos de conhecimento mais nítidos e compreensíveis.
    Grande abraço a todos

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      Cara Irene,

      Muito obrigada pela sua msg! É isso, quanto mais pessoas souberem o que é acessibilidade, mais chances teremos de colaborar na construção desse mundo que tanto queremos, não é verdade?
      Beijo.

  7. Lívia, muito interessante você relacionar a tragédia do Japão com o fato de muitos programadores não incluirem nenhum tipo de legenda em imagens publicadas em seus respectivos sites.

    Por exemplo, a imagem acima descreve visualmente e claramente o que o Chargenista (não sei se é assim que se fala) quis passar. Para quem enxerga ela reflete tudo aquilo que a tragédia está representando para o Japão.

    A maioria dos programadores sabem que existem atributos como o Alt e o Title para inserir no código para as imagens, no entanto, eles não fazem a menor ideia de que esses atributos são usados como recurso de acessibilidade.

    beijos

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      Oi Ricardo,

      É um procedimento simples, mas essencial para a acessibilidade. Vc sabe que muitas pessoas têm perguntado como fazer aparecer esse quadradinho com a desrição das imagens… Parece mágica, mas não é… Como vc disse, é só inserir a descrição na formatação da imagem, em TITLE e ALT, e a mágica está feita. Já pensou o conteúdo imagético da web com isso??? Que maravilha!!!!
      Quanto ao nome de quem faz charges, pode ser cartunista, quadrinista ou mesmo chargista.
      Abraço grande.

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