AUDIODESCRIÇÃO NA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

Desenho de Dona Baratinha, sorridente, com batom vermelho e sombra nos olhos, cabelo de cachinhos, usando vestido amarelo de bolinhas vermelhas e sapatos vermelhos, perfumando-se de frente para a janela.

A contação de histórias é uma atividade que encanta crianças e adultos, pois permite uma viagem ao mundo da fantasia e da magia;  incentiva a formação de leitores, amplia a visão de mundo e resgata memórias da infância. Quem não se lembra da querida Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha? E do Pedro Malasartes, menino esperto sempre envolvido em confusões; de Chapeuzinho Vermelho, menina teimosa que contrariando as ordens da mãe segue pelo caminho da floresta?

Ouvir histórias e poder transportar-se para o reino do faz de conta, encontrar-se com os personagens, entrar nos cenários onde as histórias se passam, perceber detalhes, encantar-se pelo colorido das páginas dos livros, com as feições delicadas ou grosseiras dos personagens, saber como estão vestidos e poder trazê-los para o cotidiano, tudo isso pode e deve ser possível para todos os públicos e não somente para as pessoas que enxergam. Também as pessoas com deficiência visual apreciam escutar histórias e conhecer detalhes de figurino, cenário e objetos que, muitas vezes, são utilizados durante a contação e que estão presentes nos livros de histórias, sempre, ricamente ilustrados. 
Para isso, os contadores precisam transformar as imagens de suas histórias e todos os outros recursos visuais que utilizam durante a contação em palavras. Precisam conhecer a audiodescrição, um recurso de acessibilidade que amplia o entendimento das pessoas com deficiência visual em eventos culturais (peças de teatro, programas de TV, exposições, mostras, musicais, óperas, desfiles, espetáculos de dança), turísticos (passeios, visitas), esportivos (jogos, lutas, competições), acadêmicos (palestras, seminários, congressos, aulas, feiras de ciências, experimentos científicos, histórias) e outros, por meio de informação sonora. Transforma o visual em verbal, abrindo possibilidades maiores de acesso à cultura e à informação, contribuindo para a inclusão cultural, social e escolar. Além das pessoas com deficiência visual, a audiodescrição amplia também o entendimento de pessoas com deficiência intelectual, idosos e disléxicos.
Na contação de histórias, a audiodescrição permitirá que as pessoas com deficiência visual construam imagens mentais, e que literalmente visualizem todos os elementos que fazem parte da história. As ilustrações são impregnadas de significados e traduzí-las em palavras completa o próprio texto, traz mais cores e encantamento para a história. Chamar a atenção de todos para os recursos imagéticos, e não somente das pessoas com deficiência visual, usando mais elementos descritivos durante a contação, certamente, será um diferencial para quem participa da atividade.
Pessoas sem deficiência que assistem a algum evento ou espetáculo com audiodescrição afirmam que o recurso aumenta a compreensão, mostra e desvela detalhes que passariam despercebidos. Pessoas com deficiência visual que perderam a visão depois de adultos afirmam que a audiodescrição devolve o prazer de assistir a espetáculos audiovisuais. E para aquelas que já nasceram cegas, o recurso abre janelas e permite um conhecimento maior de mundo.
Para os audiodescritores, a audiodescrição aumenta a fluência verbal, o senso de observação, o repertório cultural, o acervo de palavras. Também os contadores, muito poderão se beneficiar com práticas mais descritivas, pois, assim como os audiodescritores, ampliarão seu repertório lingüístico e poderão pintar com cores muito mais coloridas as suas histórias.
A elaboração de um roteiro com a verbalização do visual ajuda a caracterizar personagens, a buscar vocabulário, as palavras certas para descrever aquele moço alto, de cabelos pretos ondulados, penteados para trás, vestindo casaco longo cinza chumbo sobre camisa branca de gola pontuda, calça preta bem justa com riscas douradas, e botas pretas até os joelhos.  E buscar mais e mais palavras para descrever cenários, cores e texturas, grama verdinha e árvores frondosas; cavalos, camelos e dragões.
Em espetáculos como peças de teatro, óperas, musicais, shows e outros, a caracterização física de personagens, cenários, figurinos, movimentos, expressões faciais, entrada e saída em cena e as próprias ações, tudo isso é verbalizado em roteiros previamente elaborados e chega até a pessoa com deficiência visual por meio de fones de ouvido. Para isso, são utilizados os mesmos equipamentos da tradução simultânea: retransmissores e fones de ouvido. O audiodescritor fica dentro de uma cabine, seguindo um roteiro previamente elaborado, e as pessoas com deficiência visual na plateia com fones, o que não interfere nem atrapalha outros espectadores, como acontece quando alguém fica falando durante o espetáculo. Já em filmes, documentários, programas de TV, comerciais, vídeo clipes, a trilha de audiodescrição poderá ser gravada e mixada ao som original.
Na contação de histórias, é possível contar com a presença de um audiodescritor para traduzir todos os elementos visuais. Entretanto se o próprio contador, ciente da necessidade de fazer chegar a sua arte também a outros públicos, ele mesmo puder inserir a descrição para complementar a sua história, isso será ainda mais rico e proveitoso. Dona Baratinha, com seu vestido amarelo de bolas vermelhas, cabelos repartidos ao meio com cachinhos presos com fita vermelha, perfumando-se diante da janela aberta, a espera de seu pretendente, ganhará mais vida e habitará com muito mais força o imaginário de crianças com deficiência visual e também das crianças que enxergam. Nos audiolivros de histórias, a audiodescrição será essencial e transformará todas as imagens em palavras. Não há como não usar o recurso e adiar o acesso ao mundo imagético para tantos!!!
Convido, portanto, os contadores a experimentarem a emoção de transformar o visual em verbal, tornando suas histórias e sua maravilhosa arte acessíveis a crianças e adultos com deficiência visual.

 Por Lívia Motta (postado em 03/06/2011)

33 Comentários para AUDIODESCRIÇÃO NA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

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    Gostei bastante do tema estou em busca de audiodescrição para imagens sem o texto.

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    Adorei o texto, esclarecedor. Sou atriz, contadora de histórias, e estou aqui tentando elaborar um roteiro para contar uma historia, e pesquisado encontrei está matéria!obrigada vai ajudou muito!!!
    Se vc souber de algum curso one line, de áudio descrição passe por favor! Abraço

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    Amei esse texto de como contar histórias.
    Nossa isso me ajudou muito.

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    Sou guia nas atividades junto a deficientes visuais no movimento Roda Guia da Ajidevi de Joinville. As 3a. feira a tarde, 3 a 4 guias praticamos exercícios de pedaladas ( bikes tandem – 2 lugares) em área interna da Associação, com cerca de 12 DVs. Pretendo agora manter em um período um contato mais direto através de narrativas de histórias para esses meus amigos . Já lí muito a respeito e sei que existem técnicas que ajudam na preparação das narrativas ! Vcs. podem me ajudar ?

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      Caro Francisco,
      Muito obrigada por entrar em contato com VER COM PALAVRAS! Vc irá contar histórias para as pessoas com deficiência visual enquanto pedalam? Como são essas histórias? É super importante ir traduzindo as imagens em palavras para que as pessoas com deficiência visual possam ir construindo suas próprias imagens. Sempre digo que o audiodescritor é como um pintor que com palavras vai pintando o cenário, introduzindo os elementos e pessoas na cena.
      Abraços.

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    Esta oportunidade tivemos lá na SMED, de ver você contar história com audiodescrição. Foi ótimo. Obrigada,
    Abraços

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      Que bom que vc gostou de ouvir uma história com audiodescrição…

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    Olá, Lívia
    Agora quando vou contar histórias para os alunos já estou fazendo uso deste recurso sensacional que é a audiodescrição. Parabéns pelo seu trabalho.

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      Muito legal, Ivani, saber que vc já incorporou a audiodescrição em suas contações de história. Um abraço.

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    Já compartilhei com dois amigos contadores de história e tbm com minhas amigas da educação infantil. Tenho certeza que todos eles, assim como eu, vão se apaixonar. Bjos…..

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      Maravilha, Marília!!! Obrigada e um beijo.

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    Olá Lívia,
    Tudo bem?
    Esta semana vou dar aula sobre a contação de histórias para as professoras de Educação Infantil e já estou adicionando os saberes que você apresenta neste artigo. também já indiquei às alunas o seu site. Gostei demais da leitura do artigo e das suas respostas aos comentários feitos aqui. Particularmente a resposta para Carmélia complementou muito o texto, deixando claro que a acessibilidade não tem por fim interferir na arte da contação como elemento que sobressai, mas sim, que cabe ao contador incluir mais amplamente a dimensão imagética, o que pode ser muito estimulante, não somente para os que não enxergam. Gostei demais dessa prosposta e gostaria de saber se é possível avisar quando ocorrer outro curso.
    Muito obrigada e um forte abraço!
    Lucia Maria Lombardi

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      Lúcia querida,
      Muito obrigada pela visita ao VER COM PALAVRAS! É isso mesmo, pensar em acessibilidade não significa alterar a obra, interferir na arte, mas sim complementar, acrescentar e poder, desta forma, permitir o acesso para tantas outras pessoas. Avisarei sobre o próximo curso.
      Beijo.

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    Olá Livia,
    Fiquei mto encantada com seu trabalho. Eu estou acabando meu treinamento no Viva como contadora de história e adoraria ter mais tecnicas para meus queridos ouvintes de contação.
    Gostaria de ter mais detalhes sobre o curso, qdo tem e onde.
    Parabéns!

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      Cara Jacqueline,
      Obrigada pela visita ao VER COM PALAVRAS! Avisarei sobre o próximo curso, ok? Tenho certeza que vc poderá usar a audiodescrição nas suas contações de história. A Irene, tb uma contadora de histórias, fez o último curso e contou uma história com audiodescrição e muitos origamis na semana passada na Biblioteca São Paulo.
      Abraços.

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      Querida Irene,

      Tenho certeza que vai ser um sucesso!
      Beijo.

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    Quando comecei a conhecer a audiodescrição, questionei-me se haveria relação com a arte de contar histórias. Agora, estudando a AD com a profº Lívia pude perceber que minha primeira impressão não estava equivocada.
    Gostei de ler este artigo, pois esclareceu algumas dúvidas que ainda restavam.
    Penso que as duas atividades estão relacionadas e por isso, é interessante que conhecê-las. Desta forma, o profissional agrega valor ao seu trabalho, à sua arte e o público, mais qualidade e pode encantar-se com mais facilidade com a leitura, por exemplo.
    Abraços

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    É isso mesmo, Lívia. Quando se apresenta elementos visuais, como as gravuras de um livro, concordo que haja necessidade de transformar o visual em verbal. Como eu havia dito, objetos usados na contação (quem incluem livros) cenários e os gestos do contador certamente ficam mais interessantes para deficientes visuais se puderem contar com a audiodescrição.
    Um abraço!

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    Lívia, parabéns pelo site e pelo seu trabalho. Tenho ouvido falar muito na audiodescrição, e, sim parece mesmo um recurso muito interessante para deficientes visuais em diversas situações.
    Sou contadora de histórias, na atividade há mais de dez anos, e cheguei a este texto por indicação do Rodrigo Campos (MG), que também trabalha com audiodescrição.
    Bem, quanto à audiodescrição na contação de histórias, há um fator que precisa ser observado: um dos trunfos da contação de histórias é não dar nada pronto para o ouvinte, mas dar os elementos para que ele possa criar mentalmente, conforme as vivências e conceitos que ele tem, compreende? Dessa forma, estimula-se a imaginação e, consequentemente, a criatividade, e a atividade se torna rica. Além disso, se eu digo, por exemplo, que “era uma moça muito bonita” e descrevo-a como “morena, alta, de olhos azuis, cabelos longos e lisos”, estou apresentando o meu modelo de beleza, ou um estereótipo, que pode ser diferente do “modelo” de beleza do ouvinte. Só de falar “moça bonita”, o ouvinte vai imaginar a moça bonita “dele”, e isso é que é mágico na contação de histórias. Por isso, é comum dizermos coisas do tipo “bonita como uma noite de luar”, “bonita como um dia de primavera” (veja que são coisas subjetivas, que deixa cada um livre para imaginar como quiser) e o efeito é o mesmo tanto para deficientes visuais como para pessoas que enxergam. Um bom contador de histórias deve ser capaz de levar o ouvinte a construir imagens mentais da história, e ele não faz isso enchendo a história de detalhes. Pelo contrário, se nós, contadores, começamos a nos alongar demais nos detalhes, num instante o público está divagando, e a história se perde. Por isso, o recomendável por estudiosos no assunto é que, de um modo geral, sejamos breves nos detalhes. Diante dessas considerações, afirmo que, para a narração, em si, não há necessiadade de inserir a descrição. Claro que há contadores que utilizam objetos na contação, cenários e afins. Aí, sim, seria muito interessante a presença de um audiodescritor para traduzir esses elementos, asssim como os gestos do contador de histórias, deixando a atividade mais completa. O que não é necessário nem conveniente é o contador ficar descrevendo os ambientes, os personagens, etc. (dependendo da história, algumas descrições são necessárias).
    E numa peça de teatro, num filme e em diversos eventos nos quais os elementos são dados “prontos” para quem assiste, e o deficiente visual não pode alcançar esses elementos, a audiodescrição faz toda a diferença.
    Um grande abraço!
    Se quiser saber um pouco mais sobre mim, visite meus espaços: carmeliacandida.blog.terra.com.br/ eraumavezesempreoutra.blogspot.com/

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      Olá Carmélia,
      Obrigada por sua visita ao VER COM PALAVRAS! A contação de histórias é uma arte e os contadores usam vários artifícios em suas contações, não é verdade? Conheço alguns que usam somente a sua voz e emoção do texto que contam. Neste caso, não há necessidade de colocar detalhes nos personagens, cenários e outros detalhes. As pessoas que enxergam e aquelas que não enxergam passam pela mesma experiência. Concordo com vc que cada um irá construir o seu modelo de beleza, o seu cenário, com base apenas no texto. E as metáforas são usadas com frequência na literatura para dar aos leitores a oportunidade de construirem mentalmente suas imagens referentes à história.

      O que eu enfatizo, entretanto, é a necessidade de transformar o visual em verbal. O caso dos livros de histórias, por exemplo, que são sempre repletos de imagens coloridas que mostram em detalhes os cenários e personagens. Isso sim precisa ser transformado em verbal e servirá como mais um recurso para chamar a atenção de todos e não somente das crianças com deficiência visual. Eu não sou uma contadora de histórias profissional, mas tenho tido ótimas experiências em sala de aula com a contação de histórias, fazendo uso da audiodescrição. Os alunos com deficiência visual têm o direito de ter acesso ao conteúdo imagético e isso é conseguido com a audiodescrição. Também alguns objetos, figurinos que o contador por vezes usa durante a contação, esses detalhes precisarão ser transformados em texto. Temos a opção sim de ter um audiodescritor para fazer isso, mas penso que o próprio contador, fazendo uso de sua habilidade, pode inserir a audiodescrição em seu texto.
      O que vc acha?

      A acessibilidade não pode interferir na arte, de jeito nenhum… E não é isso que incentivo. Os recursos de acessibilidade são usados para complementar, ampliar o entendimento daqueles que sem a visão ou sem a audição não conseguem ter acesso às mesmas informações.
      Um abraço grande.

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    Livia, muito obrigada por sua pronta resposta! Aguardo notícias sobre seu próximo curso e outros eventos. Um grande abraço, Paola

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    Livia, obrigada pelo texto tão enriquecedor. Há pouco tempo descobri, através de uma amiga, o fascinante trabalho de audiodescrição. Estou, no exato momento, à procura de cursos específicos para a formação de audodescritores. Tenho especial interesse, pois sou mãe de um rapazinho de 8 anos portador de visão subnormal, fascinado por histórias, mas se ressente um pouco em não acompanhar da mesma forma que seus amiguinhos peças de teatro e/ou filmes em cinemas . Espero que esta mensagem chegue até vc, e aguardo um retorno !(ansiosamente, admito…) Abraço !

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      Cara Paola,
      Obrigada pela visita ao VER COM PALAVRAS! No momento, estou dando um curso de audiodescrição na Laramara. Este já é o quarto curso que ministro lá. Estou registrando o seu interesse em fazer o curso e quando lançarmos outro, avisarei, ok?
      Teremos, em breve, uma peça infantil no Teatro Vivo e enviarei convite para o seu rapazinho. Vamos ficar em contato.
      O envolvimento das famílias de pessoas com deficiência visual com os recursos de acessibilidade já disponíveis é essencial e faz toda a diferença. A audiodescrição como recurso pedagógico precisa tb chegar até as escolas, pois abre mais possibilidades de aprendizagem, permite uma participação mais plena, uma equiparação de oportunidades.
      Grande abraço.

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    Lívia que magnifico, nunca havia pennsado nisso.
    Tenho uma amiga que é contadora de história em hospitais pelo Projeto VIVA e DEIXA VIVER, por sinal um projeto lindo… ela havia me perguntado como deveria fazer se em uma de suas ações viesse a aparecer um acriança cega. Agora já tenho a resposta.
    O VIVA promove muitos cursos de Formação em breve quero fazer o que eles promovem para contação de história para criança com transtornos mentais.
    Achei muito interessante casar essas experiências, contação de história, audiodescrição e transtornos mental, já que todo esse universo faz parte de meu dia a dia de trabalho.
    Eu atuo no PEPE no atendimento não só de pessoas com deficiências visuaias como também, pessoas com transtornos mentais, e outras deficiências.
    Tive a oportunidade de atender nesse sementre um pessoa com esse comprometimento e com deficiência visual devido a catarata;foi uma experiência e tanto….apesar desta pessoa ser adulta creio que ela iria adorar ovir uma história com audiodescrição.Lendo seu texto fiquei imaginado o quanto essa pessoa não iria se encantar com a contação de história…
    Puxa mais um avez valeu pela dica…
    beijos
    Margarete

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      Margarete,
      Já tive duas alunas do Viva e Deixa Viver no curso de audiodescrição. Certamente, elas estão multiplicando a contação de histórias com audiodescrição lá. É um projeto muito lindo sim e que ajuda na recuperação das crianças internadas.
      Beijo.

  16. avatar

    Oi, Livia!

    Lindíssimo artigo e caiu como uma luva para mim. Estou iniciando contação de histórias para minha filhinha de quase 10 meses. Não tinha idéia de que um bebê seria capaz de prestar atenção em palavras que eles não entendem (ou, pelo menos, presumimos que não entendem). Mas eu me surpreendo com ela pois, a cada vez que eu conto a história, percebo que ela presta muita atenção na minha entonação e gesticulação, identificando as horas de humor e/ou suspense. É mágico: olha pra mim penetrantemente e espressa um sorriso lindo. Parece que ela realmente compreende tudo aquilo que inserimos de elementos além das palavras contidas no livro. Agora, de forma mais consciente, começarei a explorar as técnicas de audiodescrição, inserindo-as aos poucos ao longo das histórias. Depois, eu conto o resultado… Fica aí uma dica para papais e mamães: comecem desde cedo a contação de histórias pra os filhos e, de preferência, usando e abusando da AD.

    Um grande abraço,
    Cintia

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      Cintia,
      Que lindo seu depoimento como contadora de histórias para sua filhinha!!! O contar histórias é um momento permeado pela afeto e pela magia…
      Beijo.

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    Lívia,

    Imagino que todo bom contador de histórias deve, ou deveria, por natureza, ser também um audiodescritor.

    Como você bem disse em seu artigo, entremear a história com descrições de caracterização dos personagens e dos ambientes encanta as crianças, estimula sua imaginação.

    Certamente o conhecimento das técnicas de audiodescrição seria extremamente útil para os contadores de histórias

    Parabéns pela lembrança, as crianças agradecem, especialmente as crianças cegas…

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      Oi Paulo,
      Obrigada pela msg!!! Sem dúvida, a verbalização dos detalhes só contribui para tornar as histórias ainda mais cativantes.

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        Gostaria de saber onde posso fazer um curso de contador de historia para cegos no rio de janeiro.

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          Cara Sônia,
          Obrigada por entrar em contato conosco. Não conheço profissionais da contação de histórias no Rio. Um abraço.

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